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13 dezembro 2011

A indústria dos sonhos


Como explicar a magia do cinema? Como explicar o que se passa pela nossa cabeça quando começa o filme, ou no caso dos grandes cinemas, quando se  abrem as cortinas, e tem inicio a projeção na tela grande?
Não há explicação, essa é a única resposta. Crianças, jovens, adultos, todos acabam hipnotizados pela história na tela, sem que sequer, precisem saber algo, sobre o que está na tela. É mágico, é democrático, e está ali disponível a todos.
É difícil, e triste, acreditar que há nesse Brasil, de dimensões continentais, quem nunca tenha ido ao cinema. Triste, não sabem o que é comer pipoca, no frio do ar-condicionar — quase sempre exagerado —, observando aquela tela que mantém viva a magia da vida. E nos faz voltar àquela velha pergunta: o que imita o que? A vida imita a arte, ou a arte imita vida? A resposta é obvia, a vida imita a arte. É preciso pensar, é preciso imaginar, é preciso sonhar, é preciso acreditar; antes de idealizar, e é ai que entra a arte. Como criar, como inovar,como vencer sem tais características?
E as cortinas? Coisa rara, nos cinemas de shopping , dos dias de hoje, elas marcaram toda uma geração de cinemas e cinéfilos. Mais no Rio de Janeiro, ainda há lugares onde pode ser encontrada, junto as badaladas “de um sino”, que indicam que a sessão terá início, e preparam os espectadores para à abertura das cortinas.  Caso do Cine Odeon, uma das poucas sobras da era de ouro da Cinelândia, área que outrora abrigava diversos cinemas de rua, dos quais hoje restou apenas o maravilhoso Odeon, hoje dedicado aos grandes festivais que passam pelo Rio de Janeiro, e a sessões do circuito de arte.
Através dessa tela mágica vivemos, e imaginamos uma vida, que queremos, ou não, para nós. Já faz tempo que fazer filmes deixou de ser lucrativo, grandes estúdios, convivem com dívidas, e fracas bilheterias. Grandes sucessos, com bilheterias milionárias, existem, porém são raríssimas exceções. Mas o cinema nunca vai morrer, porque sempre haverá alguém que não aceitará se dobrar, aos downloads ilegais e a pirataria, e vai alimentar essa indústria, a indústria dos sonhos.

06 dezembro 2011

Rio uma cidade capaz de fazer outra feliz


Digam o que quiserema mas o Rio , em meio a toda violência, ao descaso, aos problemas . A cidade tem o mesmo o poder de apaixonar aqueles que a conhecem, ou simplesmente passam por ela. Seja pela bela paisagem, que quase sempre tem o mar como plano de fundo, ou montanhas como as do Pão de Açúcar , e a do Cristo Redentor, outra maravilha da cidade, que já não é só nossa é do  mundo inteiro, é um patrimônio mundial, é uma maravilha moderna da humanidade, assim como definiu a UNESCO. Mas os estrangeiros e não cariocas — infelizmente me incluo nessa categoria, de acordo com minha documentação, mas acredito piamente que não somos da terra em que nascemos, mas da terra que amamos —  que me perdoem, mas só os cariocas — e como eles tem sorte —  tem o prazer de caminhar pela cidade sob os braços do Cristo Redentor, e — em alguns lugares — observando-o, em momentos de angústia ou felicidade.
Já não bastassem as aguas do mar que banham a cidade, a cidade ainda consegue ter aquele charme de cidade grande, com grandes prédios, modernos e clássicos. Mas charmosos, independentemente de sua época.
E o que dizer de uma avenida, recheada de arranha-céus, mas que termina com vista para Mar, algo parecido, no Brasil apenas a também maravilhosa Paulista, mas como o nome já diz é paulista, não carioca, e carrega o charme de São Paulo, que para alguns , é melhor que o carioca — não é o meu caso. Não sou conhecedor do mundo, mas estou descobrindo A cidade Maravilhosa — que já foi coração do meu Brasil —, e acredito piamente, que posso viajar o mundo inteiro sem jamais esquecer o charme da Avenida Rio Branco. Que chega a Cinelândia, área, outrora marcada pelo cinema. Hoje, pelas lembranças, da era de ouro enfatizada pela restauração do Theatro Municipal. O Cine Odeon é outra pérola da área. É maravilhoso, sair do metrô — que vai da Zona Sul a Zona Norte sem contemplar outras áreas — e já se deparar com a imponência do Cine Odeon hoje, dedicado a sessões do circuito artístico, e aos mais diversos festivais. Pena, que seja uma exceção ,já que dos tantos cinemas que naquela área existiram, muitos fecharam, outros se converteram em igreja, e alguns como o Cine Rex — tão próximo ao Odeon— , e o CineIrís — na Carioca, área próxima a Cinelândia—, começaram a exibir sessões eróticas num cenário, onde os cinemas de rua perdem cada vez mais espaço, para os cinemas de shopping, dedicados aos blockbusters , com seus já tradicionais e conhecidos roteiros americanos — como foi muito bem colocado pela critica Susana Schild, em um debate no Estação de Botafogo — que preparam o espectador para cena seguinte, prenunciando o que acontecerá. O mestre da literatura, Paulo Coelho também define brilhantemente os roteiros americanos em O vencedor está só, ao dizer que “a grande maioria dos roteiros pode ser resumida em uma simples linha: Homem ama mulher, homem perde mulher ,homem recupera mulher”.
Já chegando próximo do fim deste texto, caro leitor, concluo que não é possível definir em tão poucas palavras uma cidade, que faz outa cidade feliz, apenas por lhe permitir, observar-lhe, distante, do outro lado da Bahia de Guanabara, ligadas, por uma ponte.

29 novembro 2011

Um documentário,que cumpre aquilo que promete

Documentários abordando homossexualidade, existem aos montes, abordando o assunto das mais diversas maneiras, entretanto sempre falham em alguns aspectos. Seja exagerando, no conteúdo que é levado  aos cinemas, ou mesmo ridicularizando a comunidade GLBT. Mas também existem bons documentários que tratam do assunto, de uma forma que não apresenta gays e lésbicas como pessoas de outro mundo, mas os mostra como pessoas, que assim como todos dentro de uma sociedade tem suas particularidades, e caraterísticas únicas, que os individualizam.
E um desses bons documentários, é Ik bem een meisje! (em português: Eu sou uma menina), o documentário, é na verdade um curta metragem, holandês, dirigido por Susan Koenen, uma cineasta pouco conhecida — sua página no IMDB, conta apenas com umas poucas informações sobre sua filmografia. O curta, mostra uma menina de treze, que enfrenta o dilema, de gostar de um menino, mas não sabe como agir, e resolve consultar sua amiga para saber como conquista-lo; porém há mais um dilema a ser resolvido, se conquista-lo como: contar que a alguns anos era um menino?
O filme, vai além, e mostra o cotidiano da menina, que se sente perdida, em meio a amigas, que crescem e vão tendo seus corpos transformados , enquanto a própria se vê em meio a curvas masculinas, e não se vê como uma menina completa.
A forma como o filme, mostra o cotidiano da menina ,é o melhor ponto do filme, já que isso é feito de uma forma natural, sem moralismo, sem escandalizar o espectador.Com uma personagem central carismática, que faz o público compreender, e aceitar seus dilemas, que vão sendo apresentados ao longo do curta por meio de fotos, da época em que ainda se vestia de menino até a fase em que se encontra — sendo uma menina, ainda tentando firmar o apoio da família, nessa descoberta ainda tão recente.
O filme, foi exibido no festival Curta Cinema 2011, e em sua exibição na sala Odeon Petrobras arrancou aplausos da plateia, e também pode ser encontrado no You tube infelizmente sem legendas em português.