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11 setembro 2019

Brasil VS EUA: Passado e futuro


Depois de 2017 a apatia em relação ao mundo tornou-se o caminho mais viável, no que se refere a se manter são no meio de toda essa histeria coletiva em que o mundo vai mergulhando. As pessoas se esqueceram de si e abraçaram cegamente ideias vazias. Na cena política a racionalidade saí de cena e dá espaço a voz do povo, e quando penso nisso me lembro do John Oliver nesse segmento.(Em especial os 3 primeiros minutos)




Aqui no Brasil abraçamos uma disputa entre libertários e comunistas, olhando para os EUA da Guerra Fria. Assumimos que por ser nos EUA era certo, a verdade é que hoje fica claro que nem no auge da Guerra Fria essa perseguição aos comunistas fazia sentido. A URSS, teria colapsado de qualquer modo, mas aqui insiro uma perspectiva que venho construindo...o capitalismo em uma de suas contradições fundantes, ao tornar o valor em um elemento autônomo, consegue tomar para si eventuais êxitos. Mas quando o capitalismo falha, a culpa não recaí sobre o capitalismo, a culpa recaí sobre a origem do valor, que é o próprio trabalho humano.

Na estrutura atual do capitalismo o valor atinge tamanha autonomia, que começamos a pensar que uma sociedade pode atingir tal nível de especialização a ponto de deixar de lado as pontas efetivamente produtivas da cadeia industrial, assim os pequenos valores que seriam agregados ao longo de um processo produtivo, acabam terceirizados, e um país como os EUA acaba condenado a especializar-se na produção de P&D. O que em princípio pode até parecer interessante, só que tamanha especialização produtiva é por si só excludente.

Por mais que o P&D tenha o potencial de gerar grandes massas de valor per capta, isso não é interessante num contexto em que esse valor não se distribui uniformemente na sociedade, no contexto da terceirização dessa ponta produtiva.

Podemos pensar em algo como a indústria de semicondutores, que acaba sendo um exemplo interessante justamente por podermos olhar para casos como NVIDIA e INTEL.  O que acontece agora, é que nos EUA equipes relativamente pequenas produzem grandes massas de valor. NVIDIA, AMD e mesmo Qualcomm são basicamente Powerhouses de P&D, o problema surge quando pensamos no ciclo produtivo desses produtos. Nos EUA é definida a arquitetura do processador, uma grande massa de valor é absorvida por um pequeno grupo de cientistas. É ótimo, o governo incentiva, e até mesmo financia isso. O problema é que a parte do processo produtivo que efetivamente gera valor pra sociedade e não apenas pra um grupo específico de pessoas é a produção dos pequenos valores no processo fabril.

Quando as grandes massas de valor , e as pequenas massas de valor se distribuem em diferentes geografias você gera como um subproduto sociedades disfuncionais, como os próprios EUA da atualidade, com seu quadro de desigualdade interno, e as mudanças em direção a uma sociedade de pequenos gigs,seja para a Amazon em seu novo modelo de delivery ou para UBER.
Mas para que uma sociedade funcione sem gerar grandes quadros de desigualdade ela precisa conseguir comportar a geração das grandes massas de valor, junto com as pequenas massas de valor sem abrir mão de uma ou outra. E eu particularmente adoro esse ponto porque me permite trazer aquela metáfora de Metropólis (1929) de que Heads and Hands precisam estar juntos.
Fica meio óbvio que eu entendo heads como os trabalhos de P&D e Hands como os trabalhos de colarinho azul, mas um ponto que é interessante é que o filme desenha todo um cenário em que essa relação se torna disfuncional sem um intermediário. Ainda na metáfora esse intermediário é o coração.

É um filme do fim dos anos 20, então é um contexto em que as revoluções industriais ainda são bem recentes. Um cenário em que comprador e vendedor da força de trabalho tem direitos conflitantes. Assim emerge o coração, na figura do Estado, para intermediar essas relações trabalhistas, pela força que só um ente como pode ter.

Mas agora de volta aos semicondutores uma empresa como a Intel ainda é bem verticalizada, e talvez seja o único motivo para os EUA ainda manterem certa relevância na ponta fabril dos semi-condutores [ isso se você considera a Costa Rica como os EUA]. Para além da Intel todas as outras empresas que produzem chips nos EUA, fazem isso com litografias mais antigas.

Aqui a perspectiva é mais de jogar ideias ao vento, mas colocando tudo junto a pergunta que fica é se o coração deve incentivar uma estrutura produtiva como a Intel em que grandes e pequenas massas de valores são geradas em uma mesma geografia? Ou algo como a NVIDIA em que toda a parte fabril acontece na TSMC em Taiwan?

Perceba que agora o papel do coração/ESTADO, já é um pouco diferente.

O que a voz do povo na figura desses libertários inconsequentes, tá fazendo agora é se eximindo de influenciar essa decisão. E o mercado vai acabar se viciado em gerar sociedades disfuncionais com gigantescos bolsões de desigualdade.
Para nós brasileiros essa coisa de se especializar só na produção da grande massa de valor é algo comum, porque se pensamos na nossa história de monocultura, era exatamente isso que tínhamos; senhores de engenho com mais dinheiro, do que sabiam como gastar, e o resto da sociedade vivendo ao redor deles.

Se formos por essa lógica dá até pra pensar se é o Brasil que tá virando os EUA, ou se não é exatamente o contrário.
Nesse jogo temos ainda Ásia correndo por fora com a China. Quando a galera olha pra China, geralmente se desenha um contexto de Taiwan X China, mas olhando mais fundo essa coisa fabril, que é a marca da china hoje foi construída com capital Taiwanês.  Umas primeiras plantas fabris a se estabelecer em Shezen foi a Foxxcon, de capital Taiwanês. E vale lembrar que o fundador da Foxxcon tem seus interesse governo de Taiwan. Do outro lado a china tá fazendo benchmark em Hong Kong do que deve ser a integração de Taiwan. No final, intencionalmente ou não, no final a China vai fechar o ciclo de Heads and Hands together intermediadas pelo coração, e se consolidar como a maior economia do mundo, o que ela já eh se pensarmos PPP (https://rwer.wordpress.com/2019/08/24/the-u-s-economy-is-not-the-worlds-largest/?fbclid=IwAR35FYoqNQX0HTdF-fH8p_wkrXBVUCo1_4xYeEnyuDN8EYOovclIzXeN-0U).

O interessante disso tudo é o que o auge da prosperidade americana foi na década de 60, momento em que com todo o esforço da indústria militar o Estado esteve bastante presente, via Pentágono, intermediando as relações entre grandes e pequenas massas de valores.

Aliás esse cinismo que nossos libertários inconsequentes tem em relação aos EUA, talvez seja justamente porque lá expansão fiscal se faz via Pentágono, e não BNDES. Não tem JBS, não tem Porto em Cuba. Mas tem General Dynamics,  tem Lockheed Martin, Boeing, GE...tem destruição e reconstrução do Oriente médio.

Enfim, independente de em qual setor um país busque se especializar ele tem que conseguir ao longo desse setor abarcar todas as camadas da sociedade. 

E aqui vai um outro problema, Brasil e EUA não fazem sentido enquanto unidade social. SUL/Centro-Oeste tem suas ambições em agro e São Paulo tem lá suas ambições indústrias, em nível macro são ambições que vão acabar conflitando. Talvez esse próprio modelo de países grandes demais precise ser repensado nos próximos séculos, se a globalização continuar nos levando nessa linha de especialização que temos hoje.

20 julho 2012

Lola (2011) - Um motivo para existir


Famosa por sua participação na série Hanna Montana, Miley Cyrus chega às telas agora num papel mais próximo da realidade, se comparado aos que viveu no universo Disney. Entretanto seu público se mantém o mesmo: adolescentes, que estão descobrindo a vida.
O filme nada mais é do que um remake americano de um filme europeu, o mesmo também aconteceu com “Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres”. Porém , diferentemente do caso de Millennium, onde o filme original já era amplamente conhecido entre os cinéfilos, a versão original de “Lola”, que leva o título de “LOL (Laughing Out Loud)”,é pouco conhecida.
O cinema americano sofre do mesmo mal que o brasileiro: ambos os públicos ­­— exceto os fãs mais assíduos da sétima arte—não gostam das legendas, e assim, cada indústria se adequa a demanda como pode, no Brasil temos as dublagens, nas terras do tio Sam, onde a indústria cinematográfica, já é forte, e está consolidada temos os remakes.
Quanto a versão americana, é difícil encontrar um motivo para dar sentido a sua existência, excetuando-se, saciar a sede dos fãs da cantora Miley Cyrus, que é apenas isso, uma cantora, que faz papéis em filmes, de pouca expressão, diante da critica especializada.
No elenco poucos se salvam, como alguns coadjuvantes e a maravilhosa Demi Moore no papel de mãe da personagem central da trama. Destaque para atuação pouco convincente de Douglas Booth, possuidor de um dos sorrisos mais amarelados do cinema americano.
A direção da versão americana fica a cargo da mesma diretora do filme original, seu nome é Lisa Azuelos, e faz uma ponta no filme original no papel da psicanalista, fora isso seu currículo é bem curto. Na direção da versão americana, faz um trabalho eficiente na condução da história com ângulos câmera interessante e um jogo de tonalidades que ajudam a mergulhar no universo repleto de descobertas dos jovens.
A história é uma típica comédia romântica, um sucesso fácil, quando se trata de bilheteria. Traz piadas com o estilo de vida francês e com a depilação brasileira. E ainda coloca em voga os, dilemas que giram em torno da primeira vez para os adolescentes.
Uma comédia água com açúcar, que certamente dará bons resultados em bilheteria, mas que talvez decepcione os fãs dos musicais Disney no estilo de High School Musical, já que a trilha sonora não tem grande importância na trama, só  aparecendo com mais frequência num segundo momento da história.
De bom, o filme vale pela atuação de Demi Moore, e por sua história água açúcar, que não é de todo ruim, mas não vai além disso.
O filme chega as telas no dia 10 de agosto após vários adiamentos.

Daniel Rodrigues