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18 novembro 2017

Dominância Fiscal: Sargent e Wallace

Da série traduções informais, não autorizadas, e não solicitadas

Some Unpleasant Monetarist Arithmetic


Aqui  a gente traduz apenas a introdução com a ideia geral do artigo,  que é traz um dos canais de dominância fiscal. O Blanchard, olhando pro Brasil pré-Lula constrói um outro canal mais enfocado no mercado de câmbio.

Em seu discurso para a American Economic Association, Milton Friedman (1968) avisou para que não se esperasse demais da política monetária. Em particular, Friedman argumentou que a política monetária não poderia influenciar permanentemente os níveis de produto real, desemprego ou taxas reais de retorno em títulos da dívida. De qualquer modo, Friedman falou assertivamente que a autoridade monetária poderia exercer um importante controle sobre a taxa de inflação no longo prazo. O propósito desse artigo é argumentar que mesmo em uma economia que satisfaz as premissas monetárias, se a política monetária é interpretada como operações de mercado aberto, então a lista de coisas que a política monetária é incapaz de fazer deve ser expandida para abarcar o controle da inflação.
No contexto desse artigo, uma economia que satisfaz as premissas monetárias (ou uma economia monetarista), tem duas características: a base monetária está diretamente conectada ao nível de preços, e a autoridade monetária pode aumentar o seignorage (TRAD:Aka liga a impressora),  ou seja obter receita através da emissão de moeda. Nós mostraremos que sob certas circunstâncias, o controle que a autoridade monetária possui sobre a inflação em uma economia monetárista é bastante limitado, mesmo quando a relação entre a base monetária e o nível de preços é forte. Em particular nós vamos demonstrar que isso é verdade quando políticas monetárias e fiscal, são coordenadas de um modo específico, e a demanda do público por juros da divida pública tem uma certa forma.

A demanda da dívida pública impõe restrições ao endividamento do governo de pelo menos duas formas. Na primeira forma, impõe-se uma restrição na relação dívida/PIB (TRAD: Se o resultado é  >1 a divida é superior a 100% do PIB [EUA e Japão], no Brasil é por volta de 0,7-0,8 (70-80%)). Outra forma é estabelecendo a taxa de juros dos títulos.

(TRAD: Pra entender essa ideia é bom pensar que quando se fala em economia aberta, existe o conceito de que a taxa de juros local deve pelo menos igualar a taxa de juros externa i=i*, assim por exemplo quando taxa de juros interna é maior que a externa, essa diferença é entendida como o prêmio de risco. Mas nem sempre é assim, por exemplo quando Brasil pagava 80% de juros durante a hiperinflação,o que rolava é  que com as variações do câmbio esses 80% viram 2%-10% em moeda estrangeira). Na verdade essa coisa de achar que tá pagando demais, e na verdade tá dando prejuízo pro outro lado é a cara do Brasil, o Hobsbawn vai falar sobre isso, quando trata da Inglaterra construindo ferrovias pelo Mundo na Revolução Industrial (A era das Revoluções).)
                                      
Na perspectiva em que a autoridade monetária acaba sob essas restrições, ela tem sua capacidade de controlar a inflação capada/limitada, em parte isso ainda vai também depender do modo como as políticas monetárias e fiscal são coordenadas.

Para ver isso vamos desenhar os seguintes quadros:

Primeiro quadro:

Imagine que política monetária (TRAD: figura do BC, Ministério da Fazenda) , domina a política fiscal (TRAD: Todos os gastos, que vão ser centralizados na figura do MPOG). Nesse formato a autoridade monetária ajusta suas próprias metas, definindo quanto vai imprimir, agora e no futuro. A autoridade fiscal sob essa restrição, define quanto vai gastar, se o orçamento fica negativo, esse déficit é financiado com uma combinação entre impressão e emissão de dívida.
(TRAD: Os autores, meio que encaram como que se a dívida fosse emitida pelo fiscal , na figura do tesouro nacional, mas no Brasil esse quadro é meio confuso, daí emerge a necessidade por uma lei de responsabilidade fiscal nessa real burocracia)

Nesse quadro a autoridade monetária (TRAD: Que é dominante), pode permanentemente controlar a inflação em uma economia monetarista, por que o lado monetário, pode escolher a que taxa gostaria de imprimir, em outras palavras definir o caminho que gostaria de seguir com a base monetária. (TRAD: E a via fiscal se ajusta respondendo a via monetária)

(TRAD: Basicamente o BC diz quanto está disposto a imprimir, e a partir dessa informação se define o orçamento público no MPOG)

Segundo quadro:

Agora o lado fiscal é dominante. A autoridade fiscal (TRAD: num ato de solitude, já que solidão é triste, e é dificilmente imaginar alguém triste com um amex black) ajusta seu orçamento anunciando todos os atuais e futuros déficits e superávits, e (TRAD: entrega a conta para o lado monetário, que vai resolver isso via dívida e impressão, lembra o Bumlai recebendo a conta do PT https://www.youtube.com/watch?v=McsjTgoDpTQ ). Mesmo que a autoridade monetária ainda possa controla a inflação, a força desse controle é menor que sob o primeiro cenário. (TRAD: Aqui é a via monetária que se ajusta sob as definições da via fiscal).




(TRAD: O ponto aqui é que via monetária está sob aquelas restrições iniciais, quanto mais dívida no mercado, mas juros, e quanto mais juros pior a relação dívida/PIB,para evitar esse quadro ativa-se a impressora e tolera-se a inflação)

(TRAD: Já para adiantar o que vai ser a chave nessa discussão, mesmo que se explore ao máximo o financiamento via dívida agora(t), invariavelmente isso vai gerar expectativa de inflação futura(t+1) [já que o fiscal continua dando déficit], dai o texto olha pro jogo entre uma taxa de impressão maior ou menor agora + Expectativa de inflação e como essa expectativa pode gerar mesmo agora (t) uma taxa de inflação mais alta).

Essa introdução ainda segue um pouco, mas com essas notas já deu para cobrir o principal.


O melhor é sempre ler o original até, porque esse é um texto bem descompromissado, mais pra levantar e qualificar a discussão, do que pra propriamente oferecer alguma conclusão. 

https://www.minneapolisfed.org/research/qr/qr531.pdf