A pele que habito (2011),marca o reencontro do Diretor Pedro Almodóvar com Antonio Banderas. Foi através das produções de Almodóvar, que Banderas caiu nas graças de Hollywood, entretanto os dois havia tido uma briga, que com esse novo longa parece ter se resolvido.
É difícil falar desse filme, sem contar o final, já que toda a trama é interligada numa narrativa, onde as consequências são mostradas primeiro, para que em seguida as causas apareçam e deem sentido a tudo o que aconteceu.
Antonio Banderas, se adequa muito ao bem ao personagem, um médico pesquisador alucinado que perde a esposa e em seguida vê sua filha,que se recuperava dos problemas de sociabilidade, ser estuprada, e piorar de vez, tendo que ser internada. Mas não resiste a loucura e acaba por destruir a própria vida durante sua internação.
O personagem de Banderas tem ainda uma grande ligação com uma paciente, que mantém internada em sua casa, que é também uma clinica de estética e um laboratório. Mais tarde vai se descobrir uma ligação entre todas as subtramas, que a principio não possuem nenhuma ligação, mas estão muito mais ligadas do que se pode imaginar.
O filme tem seus momentos engraçados, e não são poucos, aliás, acaba se perdendo um pouco, quando cenas que deviam levar um mínimo de seriedade, causam risadas na plateia, caso da cena final com a belíssima atriz Elena Anaya, que apesar de aparecer magistralmente durante quase todo o filme, falha nesse momento.
O longa ainda carrega um ar misterioso, e cientifico que pode conquistar aos fãs de séries médicas, como House e outras tantas.
Toda a história acontece dentro de um circulo de apenas 3 personagens, outros aparecem pelo caminho, deixam, ou não, sua marca e a história segue. A trilha sonora é agradável, não atrapalha a história, ou mesmo influi e aparece nos momentos certos. Cenas de sexo, o filme tem várias, algumas desnecessárias, mas numa obra em que tudo ganham sentido em determinado momento, como é caso desta, é difícil imaginar o filme sem elas.
O longa ainda deixa o final aberto, algo que se espera de filmes que se candidatam ao Cult, não acredito que seja o caso deste. Mas não deixa de ser um bom filme espanhol, com um ator que é mundialmente conhecido por seu trabalho nas terras do Tio Sam. Almodóvar deixa sua marca nessa narrativa, que alterna passado e presente para contar o clichê do artista que se apaixona por sua obra (não posso falar muito sobre isso, caso contrário acabaria revelando o final da trama).
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