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29 janeiro 2014

Todo Dia (David Levithan) - Em nenhuma das pontas

Quando se chega ao fim de uma obra produzida para seu entretenimento, costuma ser fácil definir se a obra é algo que se vai poder descrever para os amigos como genial, ou como um verdadeiro lixo. Todo dia, de David Levithan, foge aos extremos dessa escala, assim como o faz, com o que se convém de chamar intermediário entre tais pontos. A trama é narrada por A algo, ou até mesmo um ser,que diariamente acorda em um corpo diferente.Ao Longo de toda sua trajetória A logo entendeu sua condição, e moldou seu comportamento a seu estilo de vida, de forma que sua presença no corpo, como breve hóspede, não interferisse na vida do individuo que originalmente é responsável pelo corpo. A rotina de A se resume em acordar,acessar as memórias do corpo,e viver a vida do corpo e de seu dono.A não pode acessar os sentimentos do individuo, apenas suas lembranças. A tem agora 16 anos, e segue para mais um dia da inexistência de rotina, que se tornou sua rotina,no corpo de Justin.A somente passa por corpos que tenham sua mesma idade.Seu dia no corpo de Justin,é a principio mais um dia na vida de um adolescente, ao acessar as memórias de Justin,A sabe o que precisará saber durante o dia.Na vida de Justin, A conhece Rhiannon, namorada a qual Justin não dá atenção.A acaba apaixonado pela mesma e irá buscar uma forma de viver esse amor, mesmo em sua condição. O ponto mais interessante da tramante é a relação A com o mundo, como próprio gosta de dizer,ele tem a capacidade de viver sendo o todo, enquanto nós, seres condenados a habitar apenas um corpo, somos apenas uma parte desse todo. A não é um garoto ou uma garota,logo sobre sua perspectiva entendeu que não deveria se vincular a um rótulo dado por seu gênero. A agora apaixonado por Rhiannon,quer acreditar que é possível que alguém possa olhar através do exterior, e se apaixonar apenas por seu “eu interior”.Em diversos momentos na trama,vemos Rhiannon concluindo exatamente o contrário, e indo contra si própria, em busca de acreditar que poderá viver esse amor impossível. A em sua condição pôde conhecer muitas religiões e acredita que todas tem muito mais em comum do que gostariam de admitir. Admiro a forma de enxergar o mundo, que a condição de A lhe permitiu ter, e isso distorce minha visão sobre toda a trama.Por outro lado,acompanhando o amor de A ao longo das páginas, e dos dias, que dividem os capítulos, criei grande uma grande expectativa pelo dia em que A, estaria no corpo de sua amada.O autor não me decepcionou,e de o fato, o evento é narrando no dia 6.015 da vida de A,se é que se permitiria chamar tal existência de vida.
Mas como já dizia a voz da sabedoria a expectativa é apenas outro nome para decepção, de forma que tal dia é apenas mais um dia na vida A.Não sei o que esperava ,confesso, mas tal cena apenas reflete toda a trama. Onde pequenas situações como o dia de A na vida de Natã, se convertem num clímax, que não será superado em nenhum momento.Mesmo quando se esperava uma resolução rumo a um triste, ou feliz final.Ou até mesmo quando se esperava que Rhiannon, apresentasse alguma resistência para aceitar a realidade de A. E por tantas cenas como tal, a narrativa se mostra superficial.Mas numa análise do todo - assim como A vê o mundo - talvez a vida seja só isso, viver mais um dia normal de cada vez, e a inexperiência de um jovem de tantas vidas como A,apenas reforça apenas reforça quão pouco conhecemos das pequenas partes do todo.

Daniel Rodrigues

19 dezembro 2011

Onze minutos - Paulo Coelho cria uma menina, e a transforma numa mulher


Era uma vez, forma estranha de começar a história de uma prostituta, destaca o autor logo no inicio do livro. Onze minutos, narra à história de Maria, uma menina brasileira do interior que logo cedo aprende que a vida é cruel, e nunca nos dá uma segunda chance. O tempo passa e a menina do interior se transforma em mulher. Uma mulher, que ainda está descobrindo a si mesma. Descobrindo sua sexualidade, sua personalidade, e seus mistérios.
A jovem mulher— Maria—, acredita que conhece o mundo, e os homens que nele habitam, passa a imagem de mulher segura para os que a rodeiam, mas durante sua jornada pela suíça, irá descobrir que estava errada, e é na verdade uma menina ingênua que conhece muito pouco da vida.
É fantástico acompanhar a evolução da personagem, que a principio acha que conhece o mundo, mas quebra à cara, se dá mal. E aos poucos evolui, depois de decidir se tornar uma prostituta por vontade própria. Aprende que os homens não procuram prostitutas apenas pelo sexo, mas também para ter uma amiga com quem conversar e falar sobre seus problemas, seus dilemas do cotidiano. Para atender a seus clientes, Maria logo descobre que pode se transformar em três tipos de mulher: A menina ingênua, a mulher fatal e a mãe compreensiva. Vai aos poucos deixando de ser a menina do interior, que mesmo trabalhando com sexo, ainda não conseguia entender porque toda a sociedade girava em torno desses Onze minutos, para se transformar em uma mulher, que entende seu corpo e sua alma, como seres que se completam.
Em Onze minutos, Paulo Coelho consegue criar uma menina, e transforma-la em uma mulher. Numa trama, tão perfeita e envolvente que muitas mulheres — basta procurar por opiniões femininas a respeito do livro—não conseguem acreditar, que tal obra tenha sido criada por um homem. A trama foi escrita baseada nas histórias verídicas, de prostitutas que Paulo Coelho entrevistou.
A obra desperta no leito as mais diversas, sensações e sentimentos. E consegue ainda que num curto trecho, apresentar o ponto de vista de masculino, a respeito do trabalho de Maria.
A trama consegue despertar no homem uma curiosidade, a respeito do universo feminino, e surpreender o mesmo com tudo o que acontece em uma mulher. Seja pela complexidade de seus sentimentos, ou mesmo pela simplicidade de seus sonhos quando menina, que como o livro o mostra, são quase sempre os mesmos.
O livro deixa amostra às marcas do autor, ao analisar o comportamento humano. Quando aborda o comportamento dos homens diante das mulheres, ou do comportamento delas em seu universo, alimentando mentiras para manter as aparências.

08 dezembro 2011

O vencedor está só - Paixão, sangue, e poder se misturam nessa trama


Um suspense que conquista qualquer amante dos mistérios Hitchcockianos. Um assino em série está solto pelo festival de Cannes, não tem muito tempo para cumprir sua missão, e em apenas 24h superará todas as estáticas criminais, que a cidade de interior, do sul da França, costuma ter durante o ano inteiro. O criminoso tem um objetivo, e não irá parar até que consiga atingi-lo.
Esta é a trama de O vencedor está só, um maravilhoso thriller de suspense, escrito pelo Mago, Paulo Coelho. O livro, é repleto de subtramas, com vários personagens, que tem sua personalidade muito bem definida, como Gabriela, uma atriz  de 25( idade avançada para os padrões da indústria) ,que determinou que chegaria ao estrelato, após fracassar enquanto interpretava o Chapeleiro louco (Alice no País das Maravilhas), numa peça de escola.
Toda a trama a gira em torno de Igor, um ex-soldado que lutou no Afeganistão, mas quando retorna a sua terra natal, vence, tornando-se um grande empresário, do mercado de telefonia Russa. Que embora, já tivesse tudo que precisava, ainda achava que precisava ir mais longe e nunca parava de trabalhar, chegando a ser considerado um viciado em trabalho. Sua mulher se sente abandonada, e quando isso se soma a outros detalhes percebidos no comportamento de Igor, ela o resolve largar. Igor, lhe promete que destruiria mundos para recupera-la, e dois anos mais tarde vai até Cannes, durante o festival, para cumprir sua promessa, quando a cidade, está tomada por três classes de pessoa, os superclasse — magnifico termo, utilizado para definir os poderosos, que são controlados pelo poder que exercem —, pelos  recém chegados ao poder, e aqueles (as)  que almejam ser alguém, na indústria do Cinema, e para isso estão dispostas a tudo. Até mesmo se deitar com quem for necessário.
O livro é apaixonante, conquista o espectador — correção: o leitor— já no primeiro capitulo, ou melhor, nas primeiras horas, pois o livro é dividido pelas poucas horas de um único dia, no qual todos os crimes acontecerão, todos os mistérios, por trás dos bastidores do poder e do sucesso serão revelados.
O livro também é genial, ao detalhar — ou especular — sobre o que se passa no interior das grandes celebridades, da Superclasse, dos perfumes (termo usado para definir os que não trabalham na indústria de cinema, mas que entretanto são poderosos e influentes) que estão ali, apenas à procura de uma bela modelo, ou atriz que lhe sirva como namorada.
O livro conquista o leitor, que está ávido por um suspense, recheado de paixão, sangue, e poder.

18 maio 2011

A pirataria é boa ou ruim?

go-the-fuck-to-sleepA pirataria é um dos assuntos mais debatidos ,quando se trata do mundo das artes na atualidade. Mas a pouco tempo, começou-se a questionar se ela é de fato ruim, ou se pode ser usada, para transformar obras pouco expressivas em sucessos de público. Essa dúvida surgiu depois, que um livro de ninar, para adultos, com 32 páginas, chamado Go the Fuck to Sleep, transformou-se num best-seller, sem sequer ter sido lançado; isso por que após uma versão PDF pirata ser divulgada a internet, o livro se transformou num dos termos mais comentados, na internet, entre os falantes da língua inglesa, e passou a figurar entre a lista dos mais vendidos(o livro está na pré-venda) estar ,do site Amazon.com .

Esse sucesso virtual transformou um livro que parecia predestinado ao fracasso num megassucesso, que tem agradado, muito aos autores e editores. Já existe até um acordo, com a Fox, que pode fazer com que o titulo literário, transforme-se numa produção cinematográfica.