Já tem algum tempo, que mantenho uma página aqui no Cinema & CIA com um poema, Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Na época a página surgiu como complemento a um artigo sobre um filme, baseado no tal poema. Um filme baseado num poema, pelo fato em si, já se constitui uma situação interessante, marco do pensamento romântico, onde grandes obras musicais eram inspiradas em poemas, pinturas, obras literárias... Enfim, logo naquela época, já achei o filme fascinante, e o poema também.
Mas hoje, tendo se passado menos de dois anos, tornei a ler o poema; com outra forma de pensar, outra mente, com novas ideias, com mais experiências vividas... E é mesmo incrível, perceber como um mesmo texto, com as mesmas palavras, as mesmas vírgulas, pode se colocar diante de nós de formas tão diferentes, em momentos tão distintos, e ao mesmo tempo complementares de nossas vidas.
Uma experiência, um momento, uma situação, independente da forma como isso acontece, muda as pessoas. E isso acontece todo dia, a cada minuto, somos de fato a metamorfose ambulante, proposta por Raul Seixas. A cada experiência, crescemos como seres humanos que somos.
Em situações como essa é fácil perceber, o por quê de quando perguntamos a uma criança se ela é feliz, ela sem mesmo pensar, responde de súbito que sim. Ao fazer a mesma pergunta a um adulto, já começamos a perceber as diferenças, ele certamente irá pensar, demorará um pouco a responder, por fim, pode até dizer que sim, é feliz, mas qual o motivo dessa incerteza, expressa na demora em responder?
A mente nunca pode se fechar para o mundo, e para a vida, talvez seja aí que reside a certeza da criança em responder que é feliz, ela é curiosa, quer saber o por quê de tudo, sem precisar da exatidão extrema, que torna a vida tão complexa , quando ela em sua mais pura essência é simples e agradável. Se a vida for tida como difícil, ela não será fácil, mas o oposto também é real.
Para certas perguntas, não devem existir respostas, e é essa inocência que deveria fazer a vida mais simples e feliz.
->Caso do Vestido
Mas hoje, tendo se passado menos de dois anos, tornei a ler o poema; com outra forma de pensar, outra mente, com novas ideias, com mais experiências vividas... E é mesmo incrível, perceber como um mesmo texto, com as mesmas palavras, as mesmas vírgulas, pode se colocar diante de nós de formas tão diferentes, em momentos tão distintos, e ao mesmo tempo complementares de nossas vidas.
Uma experiência, um momento, uma situação, independente da forma como isso acontece, muda as pessoas. E isso acontece todo dia, a cada minuto, somos de fato a metamorfose ambulante, proposta por Raul Seixas. A cada experiência, crescemos como seres humanos que somos.
Em situações como essa é fácil perceber, o por quê de quando perguntamos a uma criança se ela é feliz, ela sem mesmo pensar, responde de súbito que sim. Ao fazer a mesma pergunta a um adulto, já começamos a perceber as diferenças, ele certamente irá pensar, demorará um pouco a responder, por fim, pode até dizer que sim, é feliz, mas qual o motivo dessa incerteza, expressa na demora em responder?
A mente nunca pode se fechar para o mundo, e para a vida, talvez seja aí que reside a certeza da criança em responder que é feliz, ela é curiosa, quer saber o por quê de tudo, sem precisar da exatidão extrema, que torna a vida tão complexa , quando ela em sua mais pura essência é simples e agradável. Se a vida for tida como difícil, ela não será fácil, mas o oposto também é real.
Para certas perguntas, não devem existir respostas, e é essa inocência que deveria fazer a vida mais simples e feliz.
Daniel Rodrigues
->Caso do Vestido