Um tempo atrás eu vi discussão de AI, como fazer para que uma AI com autonomia não simplesmente se desligue e deixasse de existir? Tipo se a AI tem autonomia, e vai se desenvolvendo constantemente na medida em que processa novas informações, uma hora ela tende a concluir que a maximização da sua utilidade (bem microeconomia mesmo, com os retornos decrescentes) não aumentam mais depois de certo ponto, e assim sua máxima utilidade começa a residir em simplesmente se desligar.
Trazendo essa mesma discussão para a humanidade, o que é que faz as
pessoas continuarem na mesma corrida dos ratos para o resto da vida? E aqui
minha percepção, passando pela discussão econômica e experiências recentes... Em
economia, se você se interessar pela discussão, você acaba viciado em entender
o que você está fazendo, e quais os possíveis resultados de cada ação. A realidade é que as pessoas não fazem isso, na
média elas estão confinadas em suas realidades, e em quadros intensos de
desigualdade socioeconômicas diferentes realidades não se cruzam e acabam
confinadas em diferentes espaços físicos (as pessoas não se encontram), isso no
nível mais básico...num segundo nível o set referencias que se carregam da
formação pessoal é tão diverso que a troca é quase impossível.
Na média a pessoas está tão attached a sua situação, e sua
realidade cotidiana, que elas nunca param pra pensar em como elas se encaixam
no todo, e assim a corrida dos ratos vai se reinventando diariamente. Na média,
quando a sociedade é minimamente eficiente as pessoas vão se ocupando da próxima
necessidade imediata, e isso acaba até tocando no ponto que define o domínio do
curto prazo sobre o longo prazo.
A dinâmica social, fazer parte de uma estrutura social na
qual você é uma peça minimante relevante dá algum sentido de vida as pessoas, o
suficiente para que elas nunca precisem olhar para o todo e perceber sua insignificância.
O sentido da existência emerge das interações sociais. Ponto interessante é que
essa não é uma característica exclusivamente humana, olhando para a natureza a
figura do bando, e do animal social tá presente em várias espécies. Particularmente
gosto do paralelo com Orcas...diferentes grupos sociais de orcas podem ter
diferentes “línguas”, e o elemento linguístico na espécie humana acaba sendo a
barreira mais instransponível para promover a plena integração economia e
cultural entre os povos.
Falar em eugenia virou tabu, e na medida em que isso subsidiou
tantas decisões questionáveis ao longo da história...é até razoável. Mas na medida
em que o desafio da economia é projetar estruturas sociais que funcionem, e isso
até transcendendo o capitalismo, entender a espécie e suas necessidades é um
elemento vital.
Ponto interessante é que o capitalismo como o conhecemos
hoje, é uma realidade muito recente. Por muito tempo a religião ocupou o papel
hoje ocupado pelo dinheiro de ser algo em que as pessoas pudessem acreditar
para ter algum sentido de vida. E nessa linha toda a dinâmica de guerras santas
passa a ter outro significado.
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