É interessante como essa jornada de inteligência militar, financiando o desenvolvimento ( que acaba ficando óbvia quando se olha para a guerra fria), tem me guiado em direção a própria raíz do pensamento humano.
Da Vinci - Escrita reversa em italiano
De modo que os modelos de desenvolvimento econômico
que tratam do setor científico da sociedade, acabam sendo uma análise interessante tanto para os EUA da Guerra Fria, quanto para o desenvolvimento
técnico-científico em curso no renascimento com Da Vinci e Europa.
A estruturas das escolas de pintura que Da Vinci e Michelangelo
frequentaram, no que se refere ao desenvolvimento de ideias, em muito se assemelham
aos Think Tanks de hoje. Se no período do renascimento o estudo da geometria se
convertia em pinturas nos templos religiosos, enquanto a inquisição perseguia
Judeus pelo mundo...No período da guerra fria think tanks como Rand Corp
orientavam o pensar humano, até então concentrado nas estruturas acadêmicas,
para a contrainteligência militar.
Leonardo da Vinci traduzido no Brasil: história e apresentação de novas traduções (ufsc.br),
A perspectiva histórica ocidental é confusa, por efeito da
igreja católica e toda a censura da inquisição, quando se olha o aparente vazio
de ideias que é o período da ‘’idade das trevas’’. Quando o pensar científico
se mistura com um ideário político/ideológico/moral o resultado é sempre confuso.
Na atualidade duas ciências são vítimas disso: Biologia (com os vários
sinônimos de “design inteligente”) e economia em relação ao papel do estado.
Pelo modo como a ciência econômica, refletiu o cenário político do seu entorno,
se convencionou esquecer a distinção entre dinheiro(PIB) e valor.
Pra além de todo ideário marxista, essa distinção tem efeito
mais práticos quando se começa a pensar em como o valor produzido dentro de uma
cultura se traduz em outra, pela própria natureza instável dos mercados de forex
e agora com bitcoin/crypto(geral), talvez o esquecimento desse detalhe comece a
pesar no futuro.
É vazio de sentido querer comparar o desenvolvimento dos
mercados financeiros no Brasil com os EUA, na medida que o Brasil não parte da
mesma origem cultural dos EUA. E o próprio elemento feudal, que aqui se chamou
coronelismo, dá tons muito peculiares ao que seria um capitalismo brasileiro. E no que tange a essa discusão a formação de uma elite intelectual americana ocorre de modo mais acelerado que no Brasil(por que?renda excedente, é uma linha, a própria maturidade do ecossistema academico e de societies Inglês do periodo,é outra).
O que eu tento construir é uma perspectiva que reflita a
materialização de ideias, em valor econômico. Um pouco nos termos de valor
marxistas, mas tentando extrapolar isso com o ferramental mais prático do que
hoje se chama complexidade econômica.
O valor é gerado no processo fabril? Marx e Engels olham para a revolução industrial inglesa, pra eles tudo ali era processo fabril, mas as teorias econômicas de desenvolvimento do mainstream atual emergem em meio ao complexo militar industrial, cidades e centros de pesquisa, que não existem oficialmente (The US Government's Secret Airline - YouTube)...pra essa teoria americana do desenvolvimento, tudo é setor de pesquisa cientifica.
Historicamente são os mais próximos da contemporaneidade analisando
desenvolvimento.
Na Europa o pensar humano se constrói de modo disperso entre
línguas diversas e depois é traduzido ao latim com uma fidelidade questionável
(já que existia a censura do vaticano), mas nos primeiros momentos é centrado
numa elite intelectual de clérigos.
Esse lance da figura religiosa é elemento interessante,
porque para além do aspecto religioso o “padre” era uma figura com tempo,
dinheiro e estrutura para se dedicar aos próprios estudos...ou seja uma
estrutura que oferece o mínimo para o desenvolvimento pessoal do indivíduo. Na
antiguidade as pessoas encontravam posições sociais similares através de trabalhos
na máquina pública, ou no mecenato. Ponto interessante é que o aparato de
pesquisa da OSRD (Office os Scientific research and development), cria esse
cenário só que de modo extremamente orientado a inteligência militar e métodos para
otimização da guerra: resultando nessa máquina de guerra que o DoD é hoje.
Olhando para China, o próprio acesso a leitura, na antiguidade reflete alguém que estava envolvido na administração pública. Já que as falas do imperador precisavam ser registradas, para viajarem o império, no mais a própria administração pública requer o registro para conseguir funcionar.
Uma curiosidade é que o DoD é tão eficiente hoje, que
qualquer guerra em que esse operacional ingresse por essência do termo, será uma
guerra assimétrica. Só imaginar um
dogfight entre um drone controlado remotamente via satélite e um caça com
piloto a bordo.
Why Demand or Armed-Drones Is Surging - YouTube
Uma vantagem é que o modelo do DoD foi extremamente
eficiente em produzir pesquisa aplicada que se traduziam empresas, já que o
funding das pesquisas se alinhava com as necessidades do campo de batalha. Isso
alinhado com a tradição trader/mercantil que dominava Nova Amsterdam/York gerou
um cenário com pesquisa financiada pelo governo e a conversão desse valor
criado em liquidez através dos mercados financeiros de Nova York.
O valor se cria na pesquisa e se realiza no mercado, quando ganha a convertibilidade em liquidez.
Na Europa (Latim) o pensar técnico científico gera uma tradição
hedonista, refletida nas ideias de a arte pela arte. Mas chega também no Jeremy Bentham , já numa perspectiva anglosaxã, que vai depois vai virar a microeconomia.
Perceba que nesse processo (do DoD) o estado direciona recursos
para a solução de problemas, então quando a solução ocorre no privado, a origem
dos recursos se perde na propaganda capitalista que é dominante no debate público
americano até os anos 2000. [The Manchurian Candidate, (1962)]
O The Manchurian Candidate dá uma perspectiva, sobre porque a sociedade americana é até hoje sucetivel a teorias da conspiração.
No mais, não tenho grande conclusão, acho que minha ideia é destacar
essa geração de valor no desenvolvimento de ideias.
Possível dedução bem incerta: Assim como a parceria
Estado-Chaebols gera uma superação da renda média na Coréia do Sul, há boas chances
de que com um mundo mais centrado na China, isso logo vá se reproduzir na DPRK
e talvez em Cuba. É tudo uma questão de analisar as estruturas de geração de
valor/ideias nessas sociedades e a capacidade que elas teriam de realizar esse
valor. A China tem sido bem ativa em coordenar esse processo de geração e
realização do valor na sociedade, mas o nível real é bem incerto, assim como o
estado das estruturas de geração de valor em DPRK e Cuba.
Conclusão razoável: na medida em que o Brasil já está bem
atrasado, o quadro é confuso. No militarismo brasileiro, se atribuiu essa "geração de valor" à indústria, não acho que isso faça muito sentido no mundo de
hoje. O próprio modelo sul-coreano concentra os centros de pesquisa e exporta
as fábricas.
(Uma curiosidade sobre Coréia e o operativo de
inteligência da DPRK é que para um se passar pelo outro é relativamente fácil. Mas
sigo na linha que o core de DPRK em intel é arrecadar moeda forte)
Até algum tempo atrás, o Brasil já era renda média, então apesar do declínio recente, talvez o ponto brasileiro seja mais superar a renda média do que atingi-la,caso onde modelo industrial que domina o mindset da discussão econômica no Brasil seria o ideal.
Uma busca indústrial só faria sentido para brasil, num novo mercado ou algo muito especifico com barreira de entrada, como indústria quimíca (pensando que as batérias de Lítio da Samsung, ainda são fabricadas na Coréia; talvez pra preservação de tecnológia fábril, e gerando trabalhos de colarinho azul).
Em suma indústrialização não deve depender de protecionismo generalizado, mas de desenvolvimento tecnico-cientifico, que em si é uma proteção natural. Isso implica um risco de espionagem indústrial, para o qual o estado deve estar preparado.
How a stolen capacitor formula ended up costing Dell $300m | Dell | The Guardian
De qualquer modo a manutenção de planta fabril, é sempre uma discussão politíca, antes de econômica. Mas o contexto de proteção de propriedade intelectual em processo fábril, acaba sendo um argumento econômico.
Um comentário adicional
O primeiro a chegar na fronteira tecnológica, não tem a preocupação com eficiência, em contratos com o governo, ou com os Sforza (no caso Italiano) a margem de lucro é suficiente para que inexista a preocupação com eficiência. Por tabela a produtividade é naturalmente maior, quanto mais perto da fronteira voce(nação) esteja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário